domingo, 12 de agosto de 2012

Zero a zero

Que tempos são esses Meu Deus?! Tudo tem me irritado: a falta, o excesso, a ausência, a presença, o certo, o improvável, a necessidade, o não precisar, a carência de pessoas de verdade, dessas que a gente encontra por aí e pensa ''que sorte eu tenho''. Mal chego em casa, tiro os sapatos e deito com a roupa do corpo ( a roupa da festa, a roupa do trabalho, a roupa da vida lá fora) na cama e não penso em mais nada, a não ser ficar ali para sempre deitada sem pensar em nada e nos extremos e nas pessoas que tanto me irritam. Imaginando um mundo novo onde as coisas ruins, que tem sido tantas, não existam. Sendo personagem de um desses filmes engraçados e românticos que a gente vê por aí. Acreditando nas frases motivadoras que leio aos montes nas redes sociais, nos sites de tal escritor famoso, no blog de tal escritor anônimo, nos muros pichadas, nas palestras, nos programas da televisão, na entrevista de tal fulano que tanto admiro. Mas não é que tudo isso parece inventar um tanto de mentiras ou é mundo que conspira contra mim?! Não dá pra acreditar nos livros, nas frases, nos filmes, porque a vida não é assim. Confesso que ela tem seus altos e baixos, mas os baixos têm sido bem mais frequentes. Já viu alguém ficar triste por nada acontecer? Pois é o nada que me assombra. É o não ter o que viver, é o não ter alguém pra rir das minha neuroses ao escrever esse texto maluco. É o não ter alguém que me mostre que esse tal de amor homem e mulher existe. Porque pra mim, ele só existe nos filmes e livros e histórias que a gente ouve por aí, tremendamente exagerado, claro. Quer dizer quando analiso todo esse meu universo lunático, porque quando olho ao meu redor e vejo as pessoas que conheço, suas relações, suas vidas, aí vejo que ele existe sim, mas só não acontece pra mim que ao invés de tá vivendo todas essa coisa boa da vida chamada amor e suas surpresas, ''to'' aqui deitada na cama com o vazio no peito, vivendo o meu nada, pensando na ausência. Talvez eu viva o extremo mesmo, mas o extremo do vazio, do nulo, do nada. Minha vida nos quesitos amor, surpresas e alegrias ainda tá no zero a zero.

3 comentários:

Fique mais um segundo... disse...

Oi, Thalita, bom dia!!
"Zero a zero" é um texto brilhante, tão profundamente melancólico como verdadeiro, tão profundamente questionador como atraente.
Fica sempre zero a zero quando ou enquanto não aprendemos a jogar. Quando aprendemos, também não há vitória, há apenas empates que saem do zero: 1 a 1, 2 a 2... Porque ESSE é o problema. As pessoas não querem o zero, mas também não querem empatar! Querem ganhar! E, a não ser que eu tenha ficado louco, se um ganha...
O egoísmo tem sido o centro das ações humanas. As pessoas o disfarçam como nada no mundo. Nós mesmos muitas vezes o disfarçamos. Então, quando o relacionamento surge, há mais de falsidade que de verdade nele, e relacionamentos assim, mesmo quando duram, são terríveis.
Felizmente, aprende-se a ver o egoísmo, mesmo disfarçado, nos pequenos detalhes. Quando se aprende isso, as chances de empate com gols já começa a aparecer no horizonte...
Um beijo carinhoso
Doces sonhos
Lello
P.S. -Amo este blog e amei o texto. Lindíssimo.

Laurita Danjo disse...

Gostei muito do teu blog...tb sou de São João Del Rei!!!!!! Amiguinhas de cidade...bahhhhh...

Sr. Reticente disse...

Por favor, afaste-se da varanda e evite pontes altas (e as baixas também). Coma de colher, facas nem pensar. Comprimidos de nenhum tipo, de valium a A.S., estão todos proibidos!!

Estamos entendidos?!

;o)

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