quinta-feira, 25 de outubro de 2012

É sempre a mesma história

Toda vez que eu conheço um cara que se apresenta logo de início com atitudes maravilhosas, com o passar do tempo,  ele torna-se um ser comum e cada vez menos interessado, até chegar o dia em que a relação despenca de vez e ele me deixa de lado e eu me sinto como uma adolescente.

Eu me sinto com 15 anos sentindo minha primeira dor de amor, querendo morrer, pensando que a vida não vale a pena sem ele, mas isso é o primeiro impacto que me garante a rejeição. Podem se acalmar: logo passa! Já basta ser essa sensível, neurótica, fingindo ser a mulher durona e moderna que não está nem aí pro amor, não preciso dessa vontade suicida pra me parecer mais maluca.

Mas aí a vida segue, passa o primeiro dia, a vontade suicida vai embora, porém o ódio vem e eu começo a jogar pragas das mais inimagináveis naquele ser que ousou deixar de me amar assim do nada, sem nem ter porquê. E aí chega o terceiro dia, que é quando minha mania quase que compulsiva de saber tudo que se passa na vida do meu ''ex-ainda-amor'' não me deixa ficar cerca de dez minutos sem ver o que se passa em sua rede social, sem pesquisar quem é a fulana que ele acabou de adicionar, sem saber qual é a festa que ele ta combinando de ir com o amigo do peito, irmão camarada , que no fundo eu sempre soube que fazia uma torcida forte contra eu atar o coraçãozinho de seu companheiro de farra. Então eu passo a odiar o amigo que incentiva a farra, eu passo a odiar a garota que ele acaba de adicionar, eu passo a odiar tudo e a todos que está ao redor dele não fazendo ele sentir a mínima parcela de solidão que ele deveria sentir, pois estava em uma das minhas pragas do dia anterior isso. 

Passando a fase do ódio, vem a fase da culpa, que deveria ser uma fase de ódio também, aliás de auto-ódio, pois eu começo a ser capaz de arrumar ''trocentos'' motivos de que a culpa seja minha porque tal dia eu fiz isso ou deixei de fazer aquilo. Pobre de mim e do meu coração que além de sofrer com o abandono ainda fica inventando historinha pra si mesmo não se vitimizar. 

É após toda essas fases, sempre seguidas de choros inesperados, a qualquer hora, em qualquer lugar, em qualquer situação - principalmente nas que envolvam bebidas alcoólicas, se sentir a mais a rejeitada da festa ou simplesmente ver casais felizes na rua com todos os seus gestos de amor- que eu começo a sentir que nunca mais eu vou achar alguém que me ame ou não tão logo. Parece que o mundo para de fazer sentido e as coisas perdem a graça o tempo todo. E eu começo a trocar a compulsão de saber da vida do meu ''ex-ainda-amor'' e dos seus envolvimentos pela compulsão de saber somente onde ele vai estar o fim de semana, pra eu poder passar bem longe do lugar. ''Não quero que ele me veja, não quero mais o vê em lugar nenhum'' repito pra mim mesma e peço a Deus com um tom repleto de tanta angústia que fica até parecendo que minha vida depende disso pra continuar. Talvez até dependa mesmo, porque a sensação de frio na espinha, o nó na garganta, a torcida pra que uma galã desses que todo mundo acha inegavelmente lindo, venha conversar comigo quando ele estiver  por perto me deixa triste e ele mais do que ninguém sabe reparar minha tristeza. Por que a vida é assim tão cheia de abandonos? Por que as pessoas se desencantam e por que é sempre justo comigo que não acontece o mesmo em relação à elas?

Bem, acho que deve ser minha mania sensível adquirida por meio de livros e comédias românticas de que o cara pode até magoar você ou até mesmo terminar tudo com você, mas dias depois em um  bar com os amigos ou na balada vendo essas garotas lindas com seus micro vestidos, mas sem a sintonia que ligava ele a você, ele perceba que fez tudo errado e que o certo agora é fazer de tudo pra te reconquistar e  quando eu falo tudo, é TUDO mesmo, até cruzar o mundo por você, combinar uma grande surpresa ás escondidas com a ajuda de sua melhor amiga, espera aí, to exagerando né? O mundo não é A Verdade Nua e Crua, De Repente é Amor, Amor à Distância ou qualquer coisa do gênero. O mundo não é meu novo livro no criado mudo ao lado da cama e nem o seu antecessor nesse lugar. O mundo é real e o coração dos homens desse mundo é vazio. E a consideração e o respeito deles vão embora numa rapidez tão grande ou até mais veloz do que o seu amor.

Que grande droga se envolver com alguém, porque no final, é sempre a mesma história: eu aqui chorando e ele curtindo até a vida, sem culpa, sem choro, sem saudade, sem lembrança de como era mesmo ter a minha companhia.

5 comentários:

Helena Rodrigues disse...

As pessoas são cruéis. O melhor, seria mesmo, não criar expectativas. Ah... mas como é difícil!

Bjão!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Veronica Rodrigues disse...

"Vai chorar, vai sofrer. Você não merece, mas isso acontece."

coração judia da gente.

sofs disse...

Mudei o link do meu blog, mas espero que não deixes de me seguir. Fica aqui o novo link: http://demim-paranos.blogspot.pt
beijinho :)

Ana EmíliaYamashita disse...

Compartilho do que escreveu.
Infelizmente verdadeiro.

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