domingo, 10 de abril de 2011

A mulher ‘’boazinha’’


A pouco tempo li um livro muito bom cujo tema era o comportamento de mulheres num relacionamento.Ele criticava claramente as típicas mulheres ‘’boazinhas’’, que nada mais são do que aquelas que estão sempre disponíveis para um cara, que não medem esforços para conquistá-lo, que põem ele como prioridade em sua vida, que não esperam ele se declarar para dizer que o ama. Pois bem, acho que foi até por essa assídua crítica a mulher boazinha durante todo o livro que me interessei por ele, assim como todas as minhas amigas que leram também. Acontece que me identifiquei tanto com a mulher ‘’boazinha’’ do livro, que suspeitei até que a autora descrevia algum relacionamento passado meu.Mas depois vi que não, que aquilo era generalizado a todas as mulheres, afinal quem nunca foi a boazinha da relação nem que seja por uma vez na vida que atire a primeira pedra.Basicamente o objetivo do livro é nos orientar a sermos mulheres não más, porém nem tão ‘’boazinhas’’ porque homens menosprezam as ‘’boazinhas’’, pra ser bem clara: usam-nas, tornam-nas uma palhaça perante todos,iludem-nas e jogam fora entendeu?!Isso quando não metem o temido ‘’chifre’’, o temido ‘’galho’’ ou pras mais corretinhas apelam pra traição. Sim, as mulheres boazinhas raramente se dão bem em uma relação e disso todo mundo já sabe. Não precisa ler livro algum porque sempre haverá uma amiga te dizendo que homens gostam de ser pisados, sempre haverá alguém lhe falando que mulher não pode ser boazinha e blá blá blá.
O fato é que estamos cansadas de saber desses ditados, conselhos e até fatos comprovados por pesquisas que homens são seres extremamente difíceis de se compreender e que sempre vão optar por aquilo que menos tenta lhe atrair, ou seja, pelo tipo de mulher que sabe fingir ou realmente consegue não estar nem aí. Aquele tipo de mulher super controlada que sabe pensar rápido e friamente na relação e consegue muito bem dosar as emoções e deixar a razão falar mais alto.
O problema todo disso é que eu acho que não existe mulher assim. Pode até existir, mas algum dia na vida dela ela fez o tipo ‘’boazinha’’ e se ferrou. E é por isso que não adianta livros, conselhos da melhor amiga(que nada do que fala faz) e ditados típicos.Nenhum livro de auto-ajuda e nada do que se aconselha por aí será seguido por nós mulheres sempre, sabe por quê? Porque fácil e simples é a teoria, já a prática não é tão fácil assim. Porque somos seres extremamente movidos pelo emocional, porque quando nos envolvemos com alguém que amamos queremos sim que aquilo dê certo a qualquer custo. Fazemos declarações sim, perdoamos muitos erros que nunca deveriam ser perdoados, deixamos tudo de lado para encontrar com o tal cara, nos sentimos flutuando e é como se o nosso mundo fosse aquele pequeno espaço composto por ele e só. Quando nós amamos de verdade fazemos tudo errado, não conseguimos bancar a má porque sempre ficamos com aquele medo da pessoa interpretar aquilo errado e acabarmos perdendo-a por fingir ser quem não somos. Quando amamos não sabemos fazer joguinhos, não sabemos ser aquilo que os homens querem que nós sejamos. Quando a gente ama, a gente se entrega sem nem pensar.Basta a certeza de estar apaixonada pelo cara e fazemos merda. Fazemos merda porque estar apaixonada não é motivo para dar pra um cara, nem estar afim, bem esse é o tipo de coisa que vai de cada um. Mas é que um dos grandes quesitos do livro -e que sabemos que os homens comentam- é que a mulher que dá ,transa, faz sexo (chamem do que quiser) muito cedo, sem mesmo atingir um grau de seriedade na relação é muito fácil e por isso merece ser chutada no dia seguinte ou então depois de se aproveitar bastante do que ela tem a oferecer. Já eu penso que não.É claro que nunca transaria com um cara que estivesse apaixonada sem ter a certeza de que ele também sente o mesmo por mim, sem estarmos em um relacionamento sério, mas acho que quem faz o contrário não pode ser julgada. Porque se a mulher está com você e pra ela aquilo é sério ela vai se entregar não por falta de vergonha na cara, mas sim porque na hora é tudo diferente, na hora a gente confia no rapaz, a gente ama, a gente quer tê-lo de corpo e alma. Por isso que acho outra das coisas mais perversas feita por um homem é sair falando mal da ‘’boazinha’’ demais porque ela transou com ele, porque ela disse que lhe amava, porque ela sonhava em ser a mãe de seus filhos, porque ela era sim uma boba que ele pisava pisava e ela estava ali sempre a postos pronta para aceitar qualquer perdão falso e malicioso.
A mulher ‘’boazinha’’ está dentro de todas nós, e digo quanto maior for o amor, maior o nível de bondade. A mulher boazinha vira a mulher quase má , a chamada mulher poderosa depois de se ferrar bastante. Depois de ver que homens não são seres tão sinceros assim. Depois de ver que eles não dão valor nenhum a quem sabe demonstrar que gosta, porque isso pra eles é falta de amor próprio. E eu penso que se humilhar por um homem é falta de amor próprio sim, agora amá-lo e deixar bem claro isso não tem nada a ver com amor próprio. Então quer dizer que hoje em dia quando amamos alguém, paramos de nos amar? Claro que não. É possível dosar esses dois tipos de amor: o por si mesma e o pelo outro. É possível e necessário. Mas é claro o amor próprio tem que estar sempre numa dosagem bem maior que o amor pelo próximo. Porque ser boazinha pra mim não é algo ruim, ruim mesmo é ser tonta, é se humilhar. Por isso homens e sociedade em geral não confundam a mulher ‘’boazinha’’ com a mulher que não se ama. Nós mulheres vamos sempre ter aquilo de deixar a emoção falar mais alto, por mais que consigamos ser a durona da relação uma hora a emoção fala mais alto. Uma hora vamos ter daquelas recaídas de ligar pro ex, uma hora vamos ter ataques irritantes de ciúmes, uma hora vamos mandar com toda raiva do mundo um homem que amamos ir pra puta que pariu e nunca mais nos procurar e no instante seguinte já vamos pedi-lo pra não levar a sério aquilo que falamos e voltar pra gente. Nós mulheres vamos ter sempre nossos ataques de emoção, que é o que nos caracteriza. E eu penso e daí se dizem que é pra gente ser quase má, ser tudo de quase ruim pra um homem.E daí?! Manda quem te falou isso seguir a regra a risca, se ela for mulher pode ter certeza que não vai conseguir. Porque nós mulheres quando queremos alguém temos urgência, agimos com intensidade, esquecemos as regras, esquecemos o que aprendemos nos livros com especialistas do assunto, esquecemos os ditados, esquecemos o que a amiga disse. Porque nós mulheres quando amamos pensamos : Dane-se o resto, eu quero é ser feliz. E ir atrás da felicidade num relacionamento custa caro, mas só não se deve perder a dignidade por isso. Ser boazinha não é tão mal assim. Ser boazinha é ser mulher.

4 comentários:

Anônimo disse...

Penso como você. No amor não se joga, e isso de ser ou não ser boazinha é só mais uma das grandes formas de se ganhar dinheiro às custas de quem está sofrendo por amor. Não existe regras, fórmulas, muito menos jeitos de ser para que o relacionamento dê certo.
Boazinha ou não, meu voto vai pra quem não tem medo de assumir quem realmente é.

Beijos da Flor

Camila Paier disse...

Será mesmo, flor? Já fui uma boazinha inverteada. E não sei até que ponto isso beneficia pessoas e relações. Acho que na verdade, dosar um pouco de malícia com vida real e anjinhos cantarolando nos ouvidos é bom, isso sim. E ser mulher, e real. Ter seus momentos de santa salvadora e outros de diabinha fantasiada. E ser autêntica, pelo amor de Deus!
Beijoca

HBC HDTV disse...

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Selva P. disse...

Muito bom o texto.
Mas penso como a Camila, acho que em todo relacionamento, devemos ter um pouquinho de malicia.
Ser santa e maliciosa, sempre. rs
Muito bom teu texto, heim!?
Adoro teu cantinho!
;**

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