domingo, 21 de agosto de 2011

A vida lá fora


Mas é que a vida andava assim com um gosto meio amargo, e os dias passavam ácidos cheios de gente azeda. E eu me escondia aqui dentro me protegendo da vida que não andava das mais fáceis, nem das mais divertidas, nem das mais emocionantes. Por isso resolvi ficar por aqui mesmo na quietitude, na solidão. Mas aí me surgiam pensamentos imprescindíveis do tipo : 'como a vida anda sem graça, como nada nunca acontece, como nada me surpreende... nenhum amor, nenhuma alegria daquelas que me façam vibrar...' e daí surgiam pensamentos e mais pensamentos.

Queria acreditar mesmo no sentido da vida, no 'plantar o bem para colhê-lo no futuro', no 'nada é por acaso'. Expressões e mais expressões ditas por aí que nada se assimilam à minha vida, que nada dizem sobre mim. Penso que viver deveria ser divertido para todos, afinal, já é uma luta diária o fato de sabermos lidar um com o outro cada um com suas diferenças, estranhezas, personalidade, fraquezas, defeitos, qualidades... cada um tentado se entender e compreender ao próximo. É, viver tinha que ser divertido.

Mas a vida não andava bacana, a vida não andava. Simplesmente a vida não andava pra mim. Parada no mesmo ponto, na mesma lembrança, na mesma saudade, no mesmo quarto, e quando tentava sair desse mundo muito meu, era rejeição na certa. Porque o mundo lá fora parecia ser demais pra mim, parecia ser irreal, parecia ser ilegal pra quem vive parado no tempo, no quarto, no amor, na vida, mesmo contra a vontade.

O mundo lá fora parecia não ser feito pra mim. E eu olhava pela janela tão deslumbrada as pessoas felizes, as vidas que se encontravam, os amores se formando e minha vida ali parada. Parece que tem gente que nasceu pra se sensibilizar com o outro e só. É, falo do tipo de gente que nasceu querendo que a vida fosse bonita, mas viu que o mundo não era pra si e resolveu se encantar com as vidas alheias e se sensibilizar e fazer isso virar arte: escrevendo. Não entendeu?!Explico melhor então. É como quando se vê um filme bem emocionante, daqueles que fazem doer o coração e dar nó na garganta. Pois bem, você vê o filme, ri e chora com uma história que não é sua. Sente na pele enquanto dura e torce com todas as forças pra que dê tudo certo no final. E quando acaba até pensa: quem dera minha vida fosse assim. Pois bem, eu ando é nesse estado de me encantar com o que acontece com os outros e pensar: bem que a minha vida podia ser assim. E isso tudo acontece porque a vida anda sem graça, o mundo lá fora anda sem espaço, e falando em andar, está tudo andando, girando, indo embora, e só minha vida continua no mesmo lugar. Parada, intacta, pura só a prestigiar o que não se pode ter.

6 comentários:

Unknown disse...

Ah e como seria bom flor

lindo post

Passa lá
e diz se vc resiste
há um homem de terno, hehe

bjo


http://meuryss.blogspot.com/

deia.s disse...

Eu adoro esse seu jeito que escrever, a leitura flui que quando vejo já estou no fim do texto. Me lembra muito a tati bernadi, e sem dúvida adoro ela.

Com esse texto em particular eu me identifiquei, a vida era pra ser divertida, não era?

Tenha uma ótima semana tha.
Kiss sweet. *-*

http://amar-go.blogspot.com/

Andreza Gomes disse...

Oie Thalita, vc escreve mto bem, parabéns! Lindo post!
Vim retribuir a visita e já estou super seguindo ;) seja mto bem vinda nos meu bloguitos flor.

bjiimm e ótima 3ª feira

http://meuamorpaquistanes.blogspot.com

http://muslimahfashionn.blogspot.com/

Anônimo disse...

Suas reflexões são postas de uma forma tão cativante. Parabéns!
ótima terça-feira para você!

Wanderly Frota disse...

Belíssimo! ;)

Bruna Martins disse...

haa que legal aqui seguindo *-*
segue de volta se puder :*
beeijos.

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